Saí de casa numa manhã de nevoeiro. Sentei-me num banco de madeira ainda molhado, que cheirinho a orvalho.
Pensei que o autocarro já tivera passado pois não se encontrara ninguém na paragem como habitualmente. Sozinha, ali fiquei, aconchegada pelo casaco de lã que a minha avó materna fizera para aqueles dias frios e distantes.
Não tivera que esperar muito para sentir as gotas de chuva nas minhas galochas, aquelas das papoilas vermelhas e verdes que comprara no inverno passado em época de saldos, que a Beatriz gostara e invejara imenso. Acabei por lhe oferecer umas no Natal como prenda de aniversario. Nunca me esqueço do seu ar de criança feliz.
Passaram 15 minutos da hora e o autocarro ainda não chegou. Começo a achar que o perdi como acontece muitas das vezes à segunda feira. Dia complicado para mim, é o regressar ao meu consultório e ouvir os desgostos do fim de semana, sem poder contar os meus. A minha sorte (por enquanto) é a Inês estar de férias da escola, senão era um começo infernal de stress.
Esquecera-me de colocar o despertador para acordar o dorminhoco do meu marido. Já estou a imaginar o seu ar desleixado ao chegar à empresa. Que belo exemplo de patrão!
Finalmente. Finalmente chegou o meu transporte publico preferido das segundas de manhã.
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