Infelizmente a minha mãe não tem dinheiro para os estudos. E as bolsas só nos são concedidas 6 meses depois do inicio das aulas. Tentei arranjar emprego para ter dinheiro e nem isso consegui, porque se descontasse o pouco que ia ganhar, não ia ter direito à bolsa.
Como se nada bastasse, a minha avó vai amanhã ser internada para começar os tratamentos do cancro, e vai para os Covões- Coimbra durante um indeterminado período de tempo e antes de tudo isto acontecer, ela sempre tomou conta da minha prima. Mais um problema, a miúda só tem 5 anos, ainda frequenta a pré escola e o seu horário é das 09h30 às 12h e das 13h30 às 15. A mãe da mesma trabalha por turnos e muitas das vezes sai as 22h, ou seja, sem a minha avó e a mãe a trabalhar, ela tem de ficar com alguém, adivinhem quem tem de ficar com ela, eu. Ir buscar à escola, dar-lhe almoço, levá-la à escola, ir buscar à escola, dar lhe lanche,  banho e jantar.
Tudo isto para dizer que tenho que desistir dos meus sonhos. Sempre tive uma vida fantástica, com tudo o que queria, tanto bens materiais, como outros, e de repente a minha vida desmoronou-se completamente. Mãe desempregada, pais divorciados, avó com cancro... 

Quanto às criticas dos comentários feitos no post "carta para quem ler", a cidade do Porto é tão perigosa quanto as outras. Aliás até considero a cidade que resido actualmente, Leiria, muito mais perigosa.
Sim, as universidades do Porto têm grande prestigio e as médias mais altas, não dá mais nem menos emprego, mas o que é certo, é que tanto para entrar como para sair da universidade, há um grande esforço e dedicação. Eu poderia entrar com 12 a psicologia, podia, tenho media de 16, mas sei que tenho capacidades para frequentar uma boa escola com uns professores exigentes.
Vida académica, o meu namorado estuda na FEUP (Faculdade de Engenharia da U.P) e há um espírito, que nem em Coimbra, muito menos Lisboa,  eu consigo observar.
O Porto é fantástico, tenho lá tudo o que me faz feliz, excepto a minha mãe, a minha irmã e sobrinho.